terça-feira, 20 de março de 2018

810 minuten: como foi a 28ª rodada da Eredivisie

Bjorn Johnsen segurou a bandeira para animar a comemoração. E também segurou a responsabilidade: dois gols na virada do Den Haag (Pro Shots)
Excelsior 1x2 ADO Den Haag (sexta-feira, 16 de março)

Tão bom nos jogos fora de casa (é o quarto melhor visitante da Eredivisie) quanto ruim em seu próprio estádio (é o "lanterna" nos jogos em casa), o Excelsior fez o que a torcida esperava: buscou o gol desde o começo. Já no primeiro minuto, Levi Garcia tentou encobrir o goleiro Robert Zwinkels, que voltou a aparecer decisivamente aos 15' - espalmando chute de Ali Messaoud - e aos 17' - arremate de Luigi Bruins. Mas aos 26', não houve jeito de Zwinkels evitar o 1 a 0 dos Kralingers mandantes: Bruins cobrou escanteio, e Milan Massop cabeceou firme para marcar. Só aos 40' o Den Haag apareceu no ataque pela primeira vez, quando Thijmen Goppel chutou para boa defesa de Theo Zwarthoed.

Mas o verdadeiro protagonista da virada viria no segundo tempo. E seria alguém em quem a torcida dos auriverdes de Haia já se acostumou a acreditar: Bjorn Johnsen. O norueguês de ascendência norte-americana empatou o jogo aos 52', aproveitando de cabeça uma sobra, após Hicham Faik desviar na trave cruzamento de Nasser El Khayati. Os visitantes cresceram, mandaram uma bola no poste (Erik Falkenburg, aos 68') e, aos 79', Johnsen fez 2 a 1, num chute que desviou no zagueiro Wout Faes, tirando qualquer chance de defesa de Zwarthoed. E o ADO Den Haag mantém fortes esperanças de chegar à zona de repescagem por vaga na Liga Europa, enquanto o Excelsior espera pela próxima rodada para voltar a vencer - fora de casa...

Pimenta no campo foi o "prêmio" da torcida do Twente aos jogadores, em meio à ameaça de rebaixamento (Pro Shots)
Twente 2x2 Willem II (sábado, 17 de março)

Mais um dia de dor e sofrimento em Enschede: com o Twente na luta cada vez mais dramática contra o rebaixamento, a torcida seguiu protestando com faixas, até atirando pimentas ao gramado. Para piorar, o azar foi novamente punitivo com os Tukkers. Aos 10', a chance maior foi deles - e passou em branco, com Fredrik Jensen mandando a bola na trave. O Willem II apareceu aos 13', e foi mais eficiente: num bate-rebate, Thom Haye chutou, o goleiro Joël Drommel rebateu, e o zagueiro Konstantinos Tsimikas finalizou para o 1 a 0 (não sem antes a bola bater na trave e nas costas de Drommel). Aí, a sorte ajudou um pouco o Twente: não só o time escapou várias vezes de tomar o segundo gol, mas empatou aos 43'. Adam Maher cobrou falta, e Thomas Lam subiu livre para cabecear e fazer 1 a 1.

Na etapa complementar, contudo, o time da casa viu o mesmo destino aziago: teve ótimas chances de passar à frente no placar, não as aproveitou, e tomou o gol como "punição". Tsimikas evitou Fredrik Jensen de marcar aos 58', Maher bateu para fora aos 68', e o Willem II virou aos 73': Fran Sol passou no meio de dois, fez 2 a 1 para os visitantes de Tilburg e se igualou a Hirving Lozano no topo da tábua de goleadores da Eredivisie (nada mal para quem chegou a ficar algumas rodadas de fora por um tumor nos testículos...). O desastre do Twente só não foi maior porque, aos 87', o zagueiro Peet Bijen ainda empatou. Mesmo assim, o destino segue sendo duro: o time que em 2009/10 foi campeão holandês agora é o último colocado, pela vitória do Roda JC.



O PSV temia possível tropeço, após o forte solavanco contra o Willem II. Van Ginkel começou a mostrar: não haveria mais problemas. Outra vitória (ANP/Pro Shots)
PSV 3x0 VVV-Venlo (sábado, 17 de março)

O PSV esperava se distanciar da vergonha passada com a goleada sofrida para o Willem II, e teria um bom passo para isso, com a volta de Jorrit Hendrix (recuperado de lesão) e Hirving Lozano (após suspensão. Foi o próprio Lozano que iniciou a primeira chance de gol, aos 5': o mexicano cruzou para a área, Luuk de Jong ajeitou, e Steven Bergwijn finalizou da entrada da área, para a defesa do goleiro Lars Unnerstall. No minuto seguinte, a bola passou até mais perto: Bergwijn "retribuiu" cruzando, e o cabeceio de Luuk de Jong mandou a esférica rente à trave direita. O VVV respondeu aos 7', numa falta: cobrança para a área, e Jerold Promes apareceu livre na área para desviar, perto do gol de Jeroen Zoet. Aos 11', enquanto a torcida aplaudia a louvável iniciativa de Lennart Thy, atacante do VVV (desfalcando a equipe na rodada para ser doador de células, ajudando uma vítima de leucemia), Bergwijn quase fez, chutando da entrada da área, para fora.

Os donos da casa persistiam. Aos 18', Lozano fez jogada individual pela direita, cruzou, e a bola foi direto ao gol, mas Unnerstall foi atento o suficiente para defender. O mexicano reapareceu aos 20', numa sequência de dois lances: finalizando da meia-lua para Unnerstall rebater no susto, e depois batendo mais fraco para a defesa do goleiro alemão. Veio outra tentativa de Bergwijn - aos 32', mais fraca, fácil para Unnerstall. Santiago Arias foi mais efetivo aos 37': o colombiano forçou Unnerstall a rebater, num chute cruzado de fora. E na sequência, a bola voltou à área, para Lozano tentar um voleio, que saiu por pouco. Aos 40', a maior chance de todas: Lozano cruzou, Luuk de Jong escorou de cabeça à queima-roupa, e Unnerstall teve de se esticar no canto esquerdo para evitar o que seria gol. Porém, com até cinco homens na área, o miolo de zaga do VVV parecia inexpugnável. Os visitantes de Venlo só se arriscaram no ataque aos 33', quando Nils Röseler desviou de cabeça, sozinho na área - a bola foi fraca para Zoet, mas foi um aviso.

O VVV-Venlo até se virava bem na defesa. Mas a expulsão de Ralf Seuntjens dificultou demais as coisas (VI Images)
Porém, nos acréscimos da etapa inicial (45' + 1), o destino da partida começaria a mudar, com um cartão amarelo para Ralf Seuntjens. E os Eindhovenaren seguiram insistindo no segundo tempo - como aos 51', num chute de Bergwijn, que mandou a bola para fora. Ao mesmo tempo, um susto ocorreu aos 56': Luuk de Jong desarmou Romeo Castelen na área de defesa dos Boeren (!), quando o atacante do VVV estava pronto para finalizar. Mas a coisa ficaria um pouco mais fácil para os de Eindhoven, aos 58'. Lembram-se do cartão amarelo de Seuntjens, nos acréscimos do 1º tempo? Pois é: o atacante empurrou Hendrix na entrada da área aos 58', levou o segundo amarelo de Serdar Gözübüyük e, por consequência, o cartão vermelho. Mas as chances foram se avolumando. Aos 60', num escanteio, Daniel Schwaab desviou de cabeça, e a bola foi ao travessão.  Aos 66', Bergwijn ficou livre na esquerda após passe de Van Ginkel, mas o goleiro alemão do VVV rebateu. E aos 67', Hendrix bateu de fora para Unnerstall espalmar.

No escanteio resultante, já aos 68', enfim a resistência dos Venlonaren caiu. Não sem algum sofrimento: a bola foi parar com Van Ginkel na pequena área, e o camisa 10 dominou mal. Mas conseguiu evitar a saída da bola, completou de cabeça e fez o 1 a 0 da salvação para o líder da Eredivisie.  Mais tranquilo, o PSV ainda teve algumas chances antes de encaminhar a vitória com o 2 a 0, aos 80', que veio pelos pés de Lozano, escorando para as redes cruzamento de Bergwijn e mantendo a artilharia do campeonato - 14 gols, junto a Fran Sol, do Willem II. E aos 83', Van Ginkel fez seu segundo gol (cobrança de pênalti, após Röseler derrubar Luuk de Jong na área), para garantir: o vexame da rodada passada foi apenas um susto.

Vitesse e Heracles se esforçaram em campo... e a torcida se esforçou para achar alguma empolgação no jogo. Bem, pelo menos o Vitesse buscou mais o gol (ANP/Pro Shots)
Vitesse 0x0 Heracles Almelo (sábado, 17 de março)

Com as duas falhas de Remko Pasveer na rodada passada, o Vitesse entrou em campo de goleiro novo: Jeroen Houwen estava debaixo das traves contra o Heracles. Mas nem trabalhou muito: os Heraclieden é que tiveram o arqueiro forçado a mostrar serviço. Felizmente para eles, Bram Castro estava atento: no primeiro tempo, o goleiro belga evitou gols em cabeceios de Guram Kashia (aos 6') e Matt Miazga, sem contar excelente defesa num arremate de Vyacheslav Karavaev (aos 21') e outra boa intervenção para evitar o gol de Tim Matavz (aos 39').

No segundo tempo, nem mesmo o Heracles sofreu muito com as tentativas dos mandantes. Apenas aos 54' Navarone Foor ameaçou um pouco, num chute interceptado por Robin Pröpper. No fim do jogo, apenas tentaram algo Mason Mount - aos 79', um chute do inglês foi à rede pelo lado de fora - e Mitchell van Bergen - nos acréscimos, Castro defendeu um arremate do suplente vindo do banco. E ficou mesmo no 0 a 0 uma partida desanimada a ponto de John Stegeman (prestes a ser sucedido pelo técnico alemão Frank Wormuth na próxima temporada) brincar com os jornalistas: "Ainda estão aí? Hoje não foi bom...".

O Utrecht até comemorou seus gols, como este, de Van der Maarel. Mas saiu perdendo com o empate (Maurice van Steen/VI Images)
Heerenveen 2x2 Utrecht (sábado, 17 de março)

Dentro ou fora de casa, o Utrecht costuma se fazer valer como um dos times mais ofensivos do Campeonato Holandês. E provou isso no começo do jogo em (e contra o) Heerenveen. Podia ter feito 1 a 0 aos cinco minutos, mas Sander van de Streek errou o alvo. Podia ter feito aos 8', quando Dario Dumic mandou a bola na rede pelo lado de fora. Fez, enfim, aos 18', quando Yassin Ayoub desviou escanteio, Ramon Leeuwin ajeitou para o meio e Mark van der Maarel abriu o placar. Só que aí os Utregs passaram a se defender, enquanto o Heerenveen insistiu. Tentou com Yuki Kobayashi, com Arber Zeneli... até que Morten Thorsby empatou aos 39', completando cruzamento de Denzel Dumfries desviado por Reza Ghoochannejhad.

Dali por diante, o jogo já ficou mais equilibrado. Antes mesmo do intervalo, Leeuwin quase fez 2 a 1, já aos 41'. Na volta dos vestiários, de um lado, Martin Odegaard forçou o goleiro David Jensen a trabalhar; e do outro, o arqueiro Martin Hansen evitou que Mateusz Klich recolocasse os Utregs na frente. Quem fez 2 a 1 foi mesmo o time mandante da Frísia: foi aos 76', quando Reza se livrou de Leeuwin com um giro e mandou para as redes. Aí o Utrecht recuperou sua origem ofensiva. E pressionou nos minutos finais, até fazer 2 a 2 aos 88', com Cyriel Dessers, vindo do banco. Todavia, se algum time saiu perdendo com o empate, foram os Utregs: afinal, viram o Feyenoord igualar a pontuação - e tomar a quarta posição, pelo melhor saldo de gols.

Svensson (2) abriu o placar com classe. E Alireza, de frente, novamente chamou para si o destaque na vitória do AZ (Ronald Bonestroo/VI Images)
AZ 3x2 Groningen (domingo, 18 de março)

O AZ veio a campo com três nomes no centro das atenções: caberia ao goleiro Marco Bizot, ao meio-campista Guus Til e ao atacante Wout Weghorst, todos convocados para a seleção holandesa, provarem que mereceram a lembrança. Bizot apareceu pouco, mas foi porque o AZ teve mais chances de ataque. Weghorst teve duas oportunidades de marcar em sequência, aos 14' e aos 16' - na primeira, chegou atrasado demais para o cruzamento de Thomas Ouwejan, e na segunda, chutou forte em cima do goleiro Sergio Padt. Depois, Alireza Jahanbakhsh mandou para fora, aos 23'. Aos 28', Padt salvou o Groningen, de novo, defendendo dois arremates de Teun Koopmeiners. Porém, se o Groningen ficou a maior parte do tempo da defesa, foi dos visitantes a maior oportunidade de gol: aos 43', Mike te Wierik cabeceou a bola na trave.

Nem foi necessário esperar muito, no segundo tempo: aos 53', Alireza cruzou da direita, e Jonas Svensson tocou de letra para o 1 a 0 do AZ. O iraniano voltou a buscar o gol duas vezes, mas a bola foi às redes aos 66': Guus Til chutou, Padt rebateu, e o meio-campista fez 2 a 0. Jogo resolvido, certo? Errado. A atuação razoável do Groningen foi premiada aos 70', com Tom van Weert finalizando. E o que os Alkmaarders pensavam ser uma vitória fácil se transformou num empate, aos 83', graças ao belo e forte chute de Ritsu Doan, de fora da área. Mas quando o terceiro colocado do campeonato pensou que tropeçaria e perderia terreno para o Ajax, Alireza apareceu: o iraniano fez 3 a 2 nos acréscimos (90' + 2), seu 13º gol na temporada, rendendo a vitória numa partida animada.

À frente de todos, Avdijaj foi preciso: um voleio, um gol, e a vitória que manteve a esperança do Roda JC (Joep Leenen)
NAC Breda 0x1 Roda JC (domingo, 18 de março)

Diante de duas vitórias que ajudaram muito na esperança da permanência na primeira divisão, o NAC Breda começou tentando encaminhar mais um triunfo. Rai Vloet cabeceou por cima do gol, aos 11'. Aos 18', Thierry Ambrose foi mais preciso, cabeceando a bola nas mãos do goleiro Hidde Jurjus. Todavia, ao aproveitar um único contragolpe, o Roda marcou seu gol: aos 37', Dani Schahin levantou a esférica, e Donis Avdijaj finalizou com um bonito voleio, estufando o filó de Nigel Bertrams. Foi quase uma "kriptonita": os mandantes de Breda se desanimaram, e terminaram o primeiro tempo debaixo de vaias.

Na etapa complementar, os Koempels quase resolveram o jogo já no primeiro minuto, quando Simon Gustafson acertou a trave. E o susto serviu para o time de Breda novamente fortalecer seu ataque. E coube ao destaque das vitórias recentes quase empatar: aos 59', Sadiq Umar acertou a trave. Sete minutos depois, o atacante nigeriano ficou frente a frente com Jurjus, mas perdeu a chance do chute. Surpreendentemente, contudo, o Roda JC é que terminou melhor a partida: quase fez o segundo aos 80', com Tsiy William Ndenge, e no minuto seguinte, com Gyliano van Velzen. E enfim, pôde celebrar a vitória que o tirou da última posição, alimentando a esperança de se salvar via repescagem.


Novamente, Ziyech pôde mostrar alguma marra: dois gols na goleada que manteve o fio de esperança do Ajax (Pro Shots)
Sparta Rotterdam 2x5 Ajax (domingo, 18 de março)

Mesmo afligido pela disputa contra a repescagem/rebaixamento, o Sparta mostrou rapidamente que venderia caro a derrota para o Ajax. Tanto pelos ataques (aos 6', Thomas Verhaar arriscou um chute de média distância, defendido firmemente por André Onana) quanto pela defesa, bem fechada na área. Se não dava pelo meio, o Ajax insistia pelas pontas - como num cruzamento de David Neres, no qual Justin Kluivert fracassou ao tentar concluir de cabeça, aos 10'. Só que os Spartanen também faziam o goleiro adversário trabalhar mais: aos 12', de novo chegaram, num lançamento de Verhaar dominado na área e finalizado por Robert Mühren, para boa defesa de Onana, espalmando. A pressão dos mandantes seguiu: aos 20', após Michiel Kramer ser derrubado por Matthijs de Ligt (que levou o cartão amarelo), a cobrança de falta bem feita de Soufyan Ahannach mandou a bola perto do gol. Ahannach apareceu de novo aos 23', finalizando para fora, de média distância, em chute cruzado.

Lentos e diante de uma defesa fechada, os visitantes de Amsterdã só voltaram a arriscar aos 30', quando Kluivert cruzou e Huntelaar tentou um voleio desajeitado, para fora. Mais do que nunca, o perigo da surpresa estava presente. E ele se concretizou aos 31', quando o Sparta fez 1 a 0 - numa bola parada, como previsível: Ahannach cobrou escanteio, Frederik Holst desviou na primeira trave, e Kramer estava livre para concluir no poste oposto, colocando os Kasteelheren na frente. Como que provando que os Ajacieden precisariam de mais velocidade, logo no rápido ataque da saída, veio o empate, aos 33'. Em troca de passes acelerada, Lasse Schöne lançou David Neres, que entrou na grande área pela direita e cruzou. Dividindo a bola com o zagueiro, Huntelaar escorou levemente para o gol vazio, marcando pela 11ª vez no campeonato. E o Ajax quase teve motivo para comemorar, no minuto final: Maximilian Wöber chegou a marcar, aproveitando rebote, mas o juiz Dennis Higler anulou o gol alegando impedimento - inexstente, já que o pé de Wöber estava atrás da linha da bola.

Em que pese a derrota, não faltou dedicação do Sparta durante o jogo (ANP/Pro Shots)
Já no primeiro minuto do segundo tempo, o Sparta tentou assustar de novo numa bola parada: um escanteio quase encobriu Onana, mas o goleiro camaronês conseguiu socar a bola para fora da área. Aos 48', Ahannach finalizou de longe, mas a bola foi fraca demais para assustar. Mas quem se assustou mesmo foi Huth, aos 50': o goleiro alemão do Sparta viu três chutes, dos quais teve de rebater dois (Ziyech e Justin Kluivert) - no terceiro, Donny van de Beek estava impedido. E aos 53', nem Huth conseguiu impedir a virada dos Amsterdammers. Até porque ela veio de um dos pontos fortes dos visitantes: Sander Fischer derrubou Kluivert na entrada da área, e Lasse Schöne provou novamente seu talento com a bola parada. O dinamarquês a mandou no ângulo direito, e só restou a Huth ver a bola balançar as redes no 2 a 1.

O domínio do Ajax estava, enfim, estabelecido. Huntelaar quase marcou o terceiro aos 56', arriscando de média distância, mas aí Huth voltou a trabalhar bem, espalmando para fora. Mas ele não demorou para vir - aos 59', numa bonita triangulação: Ziyech cruzou a bola para a área, Van de Beek dominou, livrou-se de três zagueiros num giro, tocou para o meio, e Justin Kluivert entrou livre na pequena área para completar e fazer 3 a 1. O Sparta já era presa fácil nos contra-ataques. Num deles, tomou o quarto gol, aos 66', em outra finalização de estilo: Ziyech trouxe a bola pela direita, ajeitou-a quando chegava à área, e arriscou chute colocado, mandando no canto direito para o 4 a 1. Outra vez, Huth só pôde olhar. Assim como teve de olhar a bola indo ao ângulo esquerdo, na cobrança de falta em que Ziyech fez 5 a 1, aos 86'. Embora tenha tido um gol de consolação - Ryan Sanusi, nos acréscimos, também de falta - o Sparta só lamenta a esperança perdida, enquanto o Ajax ainda sonha com o título, embora sem expectativas.

Novamente titular, Van Persie disse "presente". E fez dois gols que encaminharam a vitória do Feyenoord, mesmo com susto no fim (feyenoord.nl)
Zwolle 3x4 Feyenoord (domingo, 18 de março)

Tentando se recuperar de uma sequência ruim, o Zwolle até deu um susto aos oito minutos: Mustafa Saymak errou um chute, só que o recuo de Karim El Ahmadi também foi ruim, a saída de Brad Jones foi ainda pior... e a chance foi para Youness Mokhtar, que tocou por cima do gol. Porém, havia uma novidade nos visitantes: após alguns jogos ficando no banco de reservas por 90 minutos, Robin van Persie recebeu de novo a oportunidade de começar como titular no Feyenoord. E a aproveitou, começando a justificar a escolha logo aos dez minutos: a jogada começou com Nicolai Jorgensen, que ajeitou para Jean-Paul Boëtius cruzar da esquerda. Na área, Steven Berghuis ajeitou a bola no lado oposto, e deixou o veterano livre para fazer 1 a 0. Como se não fosse suficiente, um lance de sorte rendeu o segundo gol a Van Persie - e ao Feyenoord, aos 15'. A sorte do atacante foi o azar de Ryan Thomas: o meio-campista neozelandês escorregou e perdeu a bola para Boëtius, que teve campo aberto pela esquerda para o contragolpe. Chegou perto da linha, cruzou, Van Persie finalizou, 2 a 0.

Aos 17', os Zwollenaren ainda tiveram um último momento mais perigoso, num chute colocado de Queensy Menig, para fora. Mas Van Persie já tranquilizara mais os visitantes de Roterdã. E o camisa 32 poderia ter feito o terceiro aos 32 minutos: num escanteio de Berghuis, se livrou da marcação e escorou na primeira trave, mas a bola foi para fora. Aos 39',  Boëtius trouxe a bola da esquerda para o meio e arriscou o chute, mas este saiu fraquíssimo, sem dar problema algum a Boer. Segundos depois, numa rara tentativa dos Zwollenaren nos primeiros 45 minutos, Sepp van den Berg (substittuo do lesionado Philippe Sandler na zaga - 16 anos e 88 dias, o segundo titular mais jovem da história da Eredivisie) tentou desviar de cabeça, mas não deu rumo algum à bola.

No fim, o Zwolle foi derrotado. Mas não se entregou sem luta (Niels Boersema)
No segundo tempo, Younes Namli tentou fazer o Zwolle voltar a vida logo aos 49', num chute perigoso, rebatido por Brad Jones meio no susto. Todavia, o susto de Diederik Boer foi mais desastroso. E resultou no terceiro gol do Feyenoord, aos 51':  um defensor tentou sair jogando com um chutão, mas um desvio deixou a bola à feição para o chute de Karim El Ahmadi. Ele arriscou, Boer foi tentar defender... e ficou com as penas do frango na mão, numa inegável falha. Menos mal, para os Dedos Azuis, que já na saída tenha vindo um gol para reanimá-los: Kingsley Ehizibue veio rápido pela direita, cruzou para trás, e na área Mustafa Saymak chegou batendo forte e firme, no contrapé de Jones, diminuindo a vantagem Feyenoorder. O gol manteve o Zwolle buscando mais coisas no jogo - e causando até alguns problemas à defesa visitante, como num recuo de Sven van Beek em que Brad Jones se complicou, aos 57'. Aos 60', a jogada de ataque foi mais "voluntária", por assim dizer, com Saymak arrematando por cima do gol. Finalmente, aos 69', a grande chance dos mandantes voltarem de vez para o jogo, num lançamento despretensioso que acabou deixando Ryan Thomas livre na área, frente a frente com Jones. Para sorte do Feyenoord, o goleiro australiano saiu com rapidez e rebateu a finalização de Thomas.

Só aos 75' o Feyenoord teve chances para o quarto gol, após troca de passes: Jorgensen cruzou para Toornstra, que deixou a El Ahmadi, que tocou para Boëtius, que recuou para Tonny Vilhena arrematar à direita de Boer. Com espaços cada vez maiores para o contra-ataque, era questão de aproveitar uma chance. E o Stadionclub a aproveitou aos 78': El Ahmadi achou Berghuis livre, passou ao ponta, este chegou à área e cruzou. Vilhena entrou na pequena área, completou para o gol vazio e encaminhou Feyenoord. Porém, a goleada relaxou o Stadionclub, e o Zwolle impôs sérios sustos. Começou aos 85': Boëtius perdeu o domínio da bola na área, Ehizibue chegou para dominá-la e foi agarrado, o juiz marcou pênalti, e Piotr Parzyszek o converteu para o segundo do Zwolle. E ficou ainda mais forte aos 88': Namli mandou a bola para a área numa falta, Mokhtar escorou de cabeça, e Parzyszek diminuiu para 4 a 3 à queima-roupa. A ânsia do empate cresceu entre a torcida, mas aí Eric Botteghin entrou em campo para fechar a defesa nos minutos finais, e a primeira vitória do Feyenoord fora de casa neste ano foi mantida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário